sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Uma semana

Apetecia me dizer-te que tenho saudades tuas. Apetecer, apetecia, mas não. Tem piada - na verdade não tem piada nenhuma, é antes uma profunda e triste ironia - que faz hoje uma semana, antes de saber o que me esperava, que estava a decidir pôr um limite, dar-te secretamente um prazo para que tomasses uma atitude ou demonstrasses algo diferente. E eis que, como se adivinhasses ou tivesses ido à bruxa da esquina, e sem que nada me fizesse prever (se calhar eu é que devia ter ido à bruxa da esquina), tomaste mesmo uma atitude. Não era a atitude que eu esperava, mas a sua completa antítese. Admito que me deste a volta! Ganhaste o jogo. Perdi, podes ter-me deitado abaixo, mas vou com a dignidade e o orgulho que me resta (é a sorte de não leres este blog, senão nem isso me deixavas). Por isso não, não te digo que tenho saudades, não te digo sequer que me lembro de ti, aliás, não te digo nada. Estou em modo de retribuição. Não te digo que só saio de casa para trabalhar, não te digo que não tenho vontade de ir shoppar (eu, shopaholic assumida!), não te digo que ando com um ar de cadela e uma cara de cú daquelas que assusta quando me olho ao espelho, não te digo que até à equitação tenho faltado e não encontro forças para ir (único refúgio nas horas más, única âncora para a minha sanidade mental), não te digo que o meu telemóvel já não toca e apesar disso olho ainda mais vezes para ele, numa estúpida e inconsciente réstia de esperança de que por artes mágicas surja uma mensagem com o teu nome, não te digo que a 6.ª feira se tornou o pior dia da semana, juntamente com o sábado e o domingo. Não te digo nada disto. E imagino a tua cara de preocupado. Na verdade deste-me a resposta que eu precisava, mas que não queria.


Edit: E eis que surge a mensagem. Agora a dúvida é outra e no fundo continua a ser a mesma.

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